quinta-feira, agosto 09, 2007
7ª e 8ª etapas
Depois da etapa de Unadilla, voltei pra casa e refleti. Conversei com meu treinador, conversei com alguns pilotos e descobri algo que já suspeitava. Estava com excesso de treinamento ou over training, como eles chamam por aqui.
É a temporada mais longa de toda minha vida. Desde janeiro estou correndo todos os finais de semana. Eu achava que quanto mais eu treinasse, mais estaria preparado. Errei. Não poso me culpar, pois este é o meu primeiro ano de temporada completa. Sou “marinheiro de primeira viagem”.
Horas de viagem dirigindo, noites sem dormir arrumando a moto, noites mal dormidas pensando em como solucionar meus problemas. Imagino que se tivesse uma pessoa experiente ao meu lado as coisas seriam diferentes. Mais uma vez estou aprendendo na marra. Graças a Deus descobri a tempo e resolvi mudar de estratégia. Antes da etapa do Colorado, fiquei toda a semana sem treinar e acho que deu certo. Quase enlouqueci dentro de casa.
O fim de semana começou bem. Logo no sábado, a Mariana conseguiu um terceiro lugar no AMA e eu estava com muito mais energia e vontade de entrar na pista. Comecei bem e ao final do dia me classifiquei entre os 10 melhores. A corrida do Colorado é conhecida por ser a mais difícil do campeonato. A pista está a mais de 2000ms de altitude. Ar rarefeito. Além disso o forte calor que varia de 40 a 45 graus e 100% de umidade.
Toda essa combinação faz com que o acerto da moto seja algo muito difícil. O preparo físico tem que estar em cima, pois a falta de ar é grande. No acerto das motos as grandes equipes se beneficiam, pois têm acesso a combustíveis especiais e também fazem muitas horas de testes para conseguir a carburação ideal. Apesar de tudo isso, me senti à vontade. Neste tipo de corrida costumo me sair bem e todos estes desafios me dão mais energia e vontade de superar os limites.
No domingo pela manhã consegui o nono tempo e pude escolher uma boa colocação no gate. A largada é numa subida muito forte. Não larguei bem. Perdi algumas posições, mas recuperei durante a corrida. Esta foi a minha melhor primeira bateria do ano. Cheguei em 12º lugar. Um excelente resultado.
Na segunda bateria, eu estava bastante cansado. Senti o forte calor. No intervalo cheguei a ter enjôo. Estava desgastado e resolvi largar por dentro do gate. Era arriscar tudo. Se largasse mal, teria que me desgastar muito mais para recuperar durante a corrida. A estratégia foi boa. Larguei bem, na sexta colocação. Infelizmente ao final da primeira volta, o Grant Langston caiu na minha frente, eu estava muito rápido e não tive o que fazer. Bati na moto dele e caí também. Um banho de água fria nos meus planos.
Tentei levantar rápido, mas primeira volta todos sabem como é. Todos me passaram (35 motos). Consegui ligar a moto e iniciar uma longa corrida de recuperação. Andei forte. Comecei a fazer as ultrapassagens. Aos 15 minutos eu era o 25º e aos 20 estava entre os 20 melhores. A partir daí, comecei ter problemas com meu freio traseiro, que foi acabando aos poucos. Fiquei sem freio. Errei uma curva, caí, fui para os boxes e descobrimos que na batida, o meu disco traseiro empenou, o que provocou um super aquecimento. Não me restava nada, a não ser abandonar a prova. Foi uma pena. Poderia marcar mais pontos, mas fiquei satisfeito com meu fim de semana.
Aproximadamente uma hora depois da corrida, comecei a passar mal e vomitei demais. Passei mal como nunca havia passado antes. Isso foi mais um sinal que meu corpo estava pedindo descanso. Uma semana depois mais uma etapa. Washougal. Fiquei mais uma semana sem treinar. Me senti cansado até a quarta-feira. Fiz apenas alguns treinos físicos leves e fui para a corrida. Treinei no sábado. A pista é difícil e estava escorregadia. Não me senti a vontade na pista. Estudei diversas formas de melhorar meu tempo, mas tive dificuldades de adaptação e não consegui andar entre os 10 melhores.
Consegui o 18º tempo, o que não é ruim. Mas não me sentia à vontade na pista. No domingo as coisas não mudaram. Fiz de tudo nos treinos, mas não consegui estar rápido como nas etapas anteriores. Porém, corrida é corrida.
É a temporada mais longa de toda minha vida. Desde janeiro estou correndo todos os finais de semana. Eu achava que quanto mais eu treinasse, mais estaria preparado. Errei. Não poso me culpar, pois este é o meu primeiro ano de temporada completa. Sou “marinheiro de primeira viagem”.
Horas de viagem dirigindo, noites sem dormir arrumando a moto, noites mal dormidas pensando em como solucionar meus problemas. Imagino que se tivesse uma pessoa experiente ao meu lado as coisas seriam diferentes. Mais uma vez estou aprendendo na marra. Graças a Deus descobri a tempo e resolvi mudar de estratégia. Antes da etapa do Colorado, fiquei toda a semana sem treinar e acho que deu certo. Quase enlouqueci dentro de casa.
O fim de semana começou bem. Logo no sábado, a Mariana conseguiu um terceiro lugar no AMA e eu estava com muito mais energia e vontade de entrar na pista. Comecei bem e ao final do dia me classifiquei entre os 10 melhores. A corrida do Colorado é conhecida por ser a mais difícil do campeonato. A pista está a mais de 2000ms de altitude. Ar rarefeito. Além disso o forte calor que varia de 40 a 45 graus e 100% de umidade.
Toda essa combinação faz com que o acerto da moto seja algo muito difícil. O preparo físico tem que estar em cima, pois a falta de ar é grande. No acerto das motos as grandes equipes se beneficiam, pois têm acesso a combustíveis especiais e também fazem muitas horas de testes para conseguir a carburação ideal. Apesar de tudo isso, me senti à vontade. Neste tipo de corrida costumo me sair bem e todos estes desafios me dão mais energia e vontade de superar os limites.
No domingo pela manhã consegui o nono tempo e pude escolher uma boa colocação no gate. A largada é numa subida muito forte. Não larguei bem. Perdi algumas posições, mas recuperei durante a corrida. Esta foi a minha melhor primeira bateria do ano. Cheguei em 12º lugar. Um excelente resultado.
Na segunda bateria, eu estava bastante cansado. Senti o forte calor. No intervalo cheguei a ter enjôo. Estava desgastado e resolvi largar por dentro do gate. Era arriscar tudo. Se largasse mal, teria que me desgastar muito mais para recuperar durante a corrida. A estratégia foi boa. Larguei bem, na sexta colocação. Infelizmente ao final da primeira volta, o Grant Langston caiu na minha frente, eu estava muito rápido e não tive o que fazer. Bati na moto dele e caí também. Um banho de água fria nos meus planos.
Tentei levantar rápido, mas primeira volta todos sabem como é. Todos me passaram (35 motos). Consegui ligar a moto e iniciar uma longa corrida de recuperação. Andei forte. Comecei a fazer as ultrapassagens. Aos 15 minutos eu era o 25º e aos 20 estava entre os 20 melhores. A partir daí, comecei ter problemas com meu freio traseiro, que foi acabando aos poucos. Fiquei sem freio. Errei uma curva, caí, fui para os boxes e descobrimos que na batida, o meu disco traseiro empenou, o que provocou um super aquecimento. Não me restava nada, a não ser abandonar a prova. Foi uma pena. Poderia marcar mais pontos, mas fiquei satisfeito com meu fim de semana.
Aproximadamente uma hora depois da corrida, comecei a passar mal e vomitei demais. Passei mal como nunca havia passado antes. Isso foi mais um sinal que meu corpo estava pedindo descanso. Uma semana depois mais uma etapa. Washougal. Fiquei mais uma semana sem treinar. Me senti cansado até a quarta-feira. Fiz apenas alguns treinos físicos leves e fui para a corrida. Treinei no sábado. A pista é difícil e estava escorregadia. Não me senti a vontade na pista. Estudei diversas formas de melhorar meu tempo, mas tive dificuldades de adaptação e não consegui andar entre os 10 melhores.
Consegui o 18º tempo, o que não é ruim. Mas não me sentia à vontade na pista. No domingo as coisas não mudaram. Fiz de tudo nos treinos, mas não consegui estar rápido como nas etapas anteriores. Porém, corrida é corrida.
Fiz uma boa largada na primeira bateria. Terminei a primeira volta em 15º lugar. Aos poucos fui me adaptando e procurei fazer uma corrida constante. Deu certo, Ganhei algumas posições e aos 30 minutos estava em 11º lugar. Resolvi atacar o cara da minha frente, que era o Kyle Lewis.
Forcei a ultrapassagem, recebi um block pass e acabei me envolvendo num acidente com um piloto que vinha atrás de mim, o Troy Adams. Faltavam 2 voltas, me levantei rápido, mas não consegui ligar a moto, ela estava aquecida. Paciência.
Tive um intervalo difícil. Fiquei chateado, mas busquei juntar forças para a segunda bateria. Não consegui uma boa largada. Ao final da primeira volta, estava em 24º. Busquei andar rápido. Tentei muito e cheguei até a arriscar em alguns momentos. Cruzei a linha final na 17ª colocação. Marquei alguns pontos e agora é me preparar para as quatro etapas finais. Quero estar pronto e preparado para mais estes desafios.
Forcei a ultrapassagem, recebi um block pass e acabei me envolvendo num acidente com um piloto que vinha atrás de mim, o Troy Adams. Faltavam 2 voltas, me levantei rápido, mas não consegui ligar a moto, ela estava aquecida. Paciência.
Tive um intervalo difícil. Fiquei chateado, mas busquei juntar forças para a segunda bateria. Não consegui uma boa largada. Ao final da primeira volta, estava em 24º. Busquei andar rápido. Tentei muito e cheguei até a arriscar em alguns momentos. Cruzei a linha final na 17ª colocação. Marquei alguns pontos e agora é me preparar para as quatro etapas finais. Quero estar pronto e preparado para mais estes desafios.
Com a mudança nos meus treinamentos e a nova estratégia pretendo obter resultados ainda melhores. Quero agradecer ao Maguila, treinador brasileiro, que tem me dado umas boas dicas. Quero agradecer também aqueles que apostam na nossa equipe e que sempre acreditaram no nosso trabalho que são meus patrocinadores. Obrigado à RIFFEL, FOX, Zoolo, ASW, Orbital, Pirelli, Cia Athletica, All Service Cleaning, Max Saving Mortgage/Andrey Jomakei , John Burr, Tag, One, DRD e CTi.
terça-feira, agosto 07, 2007
Estou de volta
Olá a todos. Peço desculpas pela longa ausência. Deixei o blog desatualizado. Tenho dificuldades de acesso a internet, mas prometo que esta semana, atualizarei detalharei todas as etapas. Hoje falarei da Etapa de Unadilla, mas antes gostaria de detalhar pra vocês como é a minha semana aqui nos EUA.
Muitas pessoas pensam que o mais difícil é correr, mas nem todo mundo, faz idéia do que é uma semana que antecede uma etapa do AMA Motocross pra mim. No Brasil sempre tive uma infra-estrutura por trás que me ajudava nos afazeres da semana. Aqui eu e o Max temos que nos virar e fazer o tempo render pra dar conta de todas as tarefas. Outro fator que diferencia muito a rotina de um piloto de motocross no Brasil para um piloto nos EUA é que no Brasil, os pilotos normalmente treinam para uma ou duas etapas por mês. Já aqui é corrida todo o fim de semana. Portanto, acredito que entrar na pista é a melhor parte de toda uma intensa semana de preparação.
A segunda feira é o dia mais chato. É um dia de deslocamento. Sempre que volto pra Califórnia chego normalmente no fim do dia. É um dia perdido pra mim. Depois de horas de viagem é hora de separar todo o meu equipamento para lavar. É o dia que eu mais lembro da minha mãe. Aí no Brasil era ela que cuidava desta parte. Aqui, quando dá tempo eu lavo na segunda mesmo, quando não dá deixo para lavar na terça.
Na terça-feira eu levanto bem cedo (6hs), vou cuidar da manutenção da minha moto de treino. Nestas últimas etapas, eu tenho voltado pra Califórnia sozinho. O Max tem ficado no caminhão. Ele tem a árdua missão de cuidar e preparar a moto de corrida, além de ter que dirigir muitas milhas, já que as distâncias aqui são muito longas. Ele tem desempenhado um belo trabalho e graças a ele minha moto tem estado sempre em perfeitas condições para as corridas. Para preparar minha moto de treino, tenho que praticamente todos os dias, fazer aquela manutenção básica. Troco filtro, óleo, lubrifico algumas peças e quando necessário ainda troco pneus. Às vezes tenho que solucionar alguns problemas de mecânica, mas até que tenho me virado muito bem (risos). Vivi e cresci na oficina de meu pai e graças aos ensinamentos dele, aprendi boas noções de mecânica.
Depois disto, já são por volta das 11hs. Carrego o carro, dirijo aproximadamente uma hora e chego na pista para treinar. Muitas vezes confesso que já estou cansado. Porém nada me deixa tão feliz e motivado, quanto chegar nas melhores pistas do mundo. Elas sempre estão muito bem tratadas, irrigadas e quem é piloto, sabe que uma pista desta, dá muito mais vontade de treinar. Treino no mínimo 2 baterias de 35 minutos e as vezes até a terceira. Termino exausto, carrego o carro e vou embora pra casa. Chego em casa por volta das 15hs e aí é a hora do Balbi Chef de cozinha. Não como na rua todo o dia, pois não é saudável nem para saúde nem para o bolso. Comer bem aqui custa muito caro. Depois de almoçar vou lavar minha moto e preparar ela para o dia seguinte. Normalmente é 18hs, é hora de pegar a bike, e cuidar do preparo físico. São 1 e meia pedalando. Aí estou exausto e vou dormir.
Quarta feira é muito semelhante a terça. Treino 2 baterias de 35 minutos e na terceira procuro relaxar. Quando tem saltos brinco com eles e também gosto de treinar em curvas de alta que me dão muito prazer. Após o treino é hora de cuidar das peças de reposição para o Max e também é dia de buscar a minha suspensão no técnico da MB1, que faz manutenção sempre após cada corrida. Quando chego em casa é fazer comida, lavar a moto e ao invés da bike, vou para a academia de gisnástica, Depois retorno para casa janto e começo a programar o dia seguinte.
Quinta feira é meu dia predileto da semana. Acordo cedo e vou para Glen Helen, minha pista favorita. Não posso exagerar, pois tenho que começar a poupar energia para o fim de semana. Faço uma bateria longa e procuro aperfeiçoar as curvas, já que esta pista tem muitas canaletas. Observo muito minhas técnicas de pilotagem, divirto bastante e ainda encontro a maioria dos pilotos que competem no fim de semana. Após o treino eu almoço e começo a arrumar as malas para a viagem do fim de semana. A mala fica muito pesada. Tenho que levar peças de reposição e também a suspensão. Depois de tudo arrumado faço natação para relaxar os músculos e iniciar a concentração pro fim de semana. Na quinta, depois de tudo pronto é o dia que costumava tirar para encontrar os amigos, assistir um filme, mas desde que começou o AMA Motocross, ainda não consegui inserir o entretenimento na minha agenda.
Sexta é dia de viagem. Vou bem cedo para o Aeroporto e embarco para o meu destino. Normalmente é sentado no avião é que tiro tempo para escrever minhas colunas e o meu blog. Ao chegar no local da corrida, entrego rapidamente as peças para o Max. Normalmente ele tem uma longa noite fazendo os reparos na moto e eu tento dormir cedo para me concentrar para o dia seguinte.
Sábado normalmente é um dia tranqüilo. Tenho 2 treinos classificatórios que só iniciam às 14 horas. Na manhã fazemos os últimos acertos na moto e também faço um reconhecimento para saber as condições em que se encontra a pista. No último fim de semana em Unadilla, haviam 150 pilotos inscritos, onde apenas 40 se classificam. Para mim, desde a primeira etapa tenho conseguido me classificar ente os 15 melhores e em algumas ocasiões estive entre os 10 primeiros. Meu melhor tempo aqui foi em Southwick, onde fiz o sexto melhor tempo. Após os treinos o Max ainda trabalha na moto e eu tento me concentrar e poupar energia para a corrida de domingo. Nas últimas etapas, confesso que não tenho conseguido dormir direito. Esta última por exemplo, eu somente consegui dormir as 3 da manhã e as 6 já estava de pé. Sou uma pessoa que me cobro muito e as conversas que tenho com meu psicólogo esportivo estão me ajudando a superar esta ansiedade.
O domingo é certamente o dia mais importante. São 2 treinos na manhã para a escolha do gate. Em Unadilla consegui a décima colocação o que me garantiu uma ótima posição no gate. Após um pequeno intervalo assisto a corrida da categoria light para ver como está a pista. Larguei muito bem durante a primeira bateria. Após a primeira volta eu era o sétimo colocado, porém começou a chover e algo aconteceu, pois minha moto começou a falhar, pra piorar levei uma pequena queda e tive que correr atrás do prejuízo. Ao final cheguei em 18º lugar. Durante o intervalo de uma bateria para a outra buscamos ver o que estava acontecendo e descobrimos que havia entrado água no carburador. Corrigimos o problema e fomos para a segunda bateria. Novamente fiz uma boa largada. Durante as primeiras voltas, estive muito rápido. Segurei a sexta posição enquanto pude, mas senti o cansaço. Perdi algumas posições e procurei administrar. Até os trinta minutos eu estava em décimo, quando entrei numa disputa com o Grant Langston, cometi um erro o que me custou mais 2 posições. Terminei em décimo terceiro. Subi duas posições no campeonato e agora me encontro e após a etapa estive na 17ª colocação geral. Sinceramente, não fiquei satisfeito, pois sei que poderia ter terminado em um lugar melhor.
Após uma fria análise pessoal e também conversar com diversos pilotos mais experientes, chegamos a conclusão que estou sobre carregado. Toda a carga de treinamentos, mais a busca infinita pelas soluções dos diversos problemas extra pista, está, literalmente me tirando o sono e também alguns pontos preciosos. O fato de ter descoberto isto, já é um grande passo para que eu possa reverter este quadro.
Tenho certeza que continuarei a trabalhar duro para tentar terminar entre os dez melhores. Acredito nisso e tenho buscado, junto com meus pais, meus patrocinadores, meu psicólogo e também com minha assessoria os meios para que eu me descarregue um pouco e assim possa render 100% nas pistas. Pretendo este ano ainda, resolver os problemas estruturais e para que no ano que vem, quem sabe, nós tenhamos até mais um piloto na nossa equipe para correr na categoria ligths. Este é meu sonho e estamos buscando meios (leia-se investidores) para isso.
Agradeço a compreensão e o carinho que recebo de todos os brasileiros. Continuem visitando o nosso site www.balbiteam.com.br. Obrigado à RIFFEL, FOX, Zoolo, ASW, Orbital, Pirelli, Cia Athletica, All Service Cleaning, Max Saving Mortgage/Andrey Jomakei , John Burr, Tag, One, DRD e CTi.
Muitas pessoas pensam que o mais difícil é correr, mas nem todo mundo, faz idéia do que é uma semana que antecede uma etapa do AMA Motocross pra mim. No Brasil sempre tive uma infra-estrutura por trás que me ajudava nos afazeres da semana. Aqui eu e o Max temos que nos virar e fazer o tempo render pra dar conta de todas as tarefas. Outro fator que diferencia muito a rotina de um piloto de motocross no Brasil para um piloto nos EUA é que no Brasil, os pilotos normalmente treinam para uma ou duas etapas por mês. Já aqui é corrida todo o fim de semana. Portanto, acredito que entrar na pista é a melhor parte de toda uma intensa semana de preparação.
A segunda feira é o dia mais chato. É um dia de deslocamento. Sempre que volto pra Califórnia chego normalmente no fim do dia. É um dia perdido pra mim. Depois de horas de viagem é hora de separar todo o meu equipamento para lavar. É o dia que eu mais lembro da minha mãe. Aí no Brasil era ela que cuidava desta parte. Aqui, quando dá tempo eu lavo na segunda mesmo, quando não dá deixo para lavar na terça.
Na terça-feira eu levanto bem cedo (6hs), vou cuidar da manutenção da minha moto de treino. Nestas últimas etapas, eu tenho voltado pra Califórnia sozinho. O Max tem ficado no caminhão. Ele tem a árdua missão de cuidar e preparar a moto de corrida, além de ter que dirigir muitas milhas, já que as distâncias aqui são muito longas. Ele tem desempenhado um belo trabalho e graças a ele minha moto tem estado sempre em perfeitas condições para as corridas. Para preparar minha moto de treino, tenho que praticamente todos os dias, fazer aquela manutenção básica. Troco filtro, óleo, lubrifico algumas peças e quando necessário ainda troco pneus. Às vezes tenho que solucionar alguns problemas de mecânica, mas até que tenho me virado muito bem (risos). Vivi e cresci na oficina de meu pai e graças aos ensinamentos dele, aprendi boas noções de mecânica.
Depois disto, já são por volta das 11hs. Carrego o carro, dirijo aproximadamente uma hora e chego na pista para treinar. Muitas vezes confesso que já estou cansado. Porém nada me deixa tão feliz e motivado, quanto chegar nas melhores pistas do mundo. Elas sempre estão muito bem tratadas, irrigadas e quem é piloto, sabe que uma pista desta, dá muito mais vontade de treinar. Treino no mínimo 2 baterias de 35 minutos e as vezes até a terceira. Termino exausto, carrego o carro e vou embora pra casa. Chego em casa por volta das 15hs e aí é a hora do Balbi Chef de cozinha. Não como na rua todo o dia, pois não é saudável nem para saúde nem para o bolso. Comer bem aqui custa muito caro. Depois de almoçar vou lavar minha moto e preparar ela para o dia seguinte. Normalmente é 18hs, é hora de pegar a bike, e cuidar do preparo físico. São 1 e meia pedalando. Aí estou exausto e vou dormir.
Quarta feira é muito semelhante a terça. Treino 2 baterias de 35 minutos e na terceira procuro relaxar. Quando tem saltos brinco com eles e também gosto de treinar em curvas de alta que me dão muito prazer. Após o treino é hora de cuidar das peças de reposição para o Max e também é dia de buscar a minha suspensão no técnico da MB1, que faz manutenção sempre após cada corrida. Quando chego em casa é fazer comida, lavar a moto e ao invés da bike, vou para a academia de gisnástica, Depois retorno para casa janto e começo a programar o dia seguinte.
Quinta feira é meu dia predileto da semana. Acordo cedo e vou para Glen Helen, minha pista favorita. Não posso exagerar, pois tenho que começar a poupar energia para o fim de semana. Faço uma bateria longa e procuro aperfeiçoar as curvas, já que esta pista tem muitas canaletas. Observo muito minhas técnicas de pilotagem, divirto bastante e ainda encontro a maioria dos pilotos que competem no fim de semana. Após o treino eu almoço e começo a arrumar as malas para a viagem do fim de semana. A mala fica muito pesada. Tenho que levar peças de reposição e também a suspensão. Depois de tudo arrumado faço natação para relaxar os músculos e iniciar a concentração pro fim de semana. Na quinta, depois de tudo pronto é o dia que costumava tirar para encontrar os amigos, assistir um filme, mas desde que começou o AMA Motocross, ainda não consegui inserir o entretenimento na minha agenda.
Sexta é dia de viagem. Vou bem cedo para o Aeroporto e embarco para o meu destino. Normalmente é sentado no avião é que tiro tempo para escrever minhas colunas e o meu blog. Ao chegar no local da corrida, entrego rapidamente as peças para o Max. Normalmente ele tem uma longa noite fazendo os reparos na moto e eu tento dormir cedo para me concentrar para o dia seguinte.
Sábado normalmente é um dia tranqüilo. Tenho 2 treinos classificatórios que só iniciam às 14 horas. Na manhã fazemos os últimos acertos na moto e também faço um reconhecimento para saber as condições em que se encontra a pista. No último fim de semana em Unadilla, haviam 150 pilotos inscritos, onde apenas 40 se classificam. Para mim, desde a primeira etapa tenho conseguido me classificar ente os 15 melhores e em algumas ocasiões estive entre os 10 primeiros. Meu melhor tempo aqui foi em Southwick, onde fiz o sexto melhor tempo. Após os treinos o Max ainda trabalha na moto e eu tento me concentrar e poupar energia para a corrida de domingo. Nas últimas etapas, confesso que não tenho conseguido dormir direito. Esta última por exemplo, eu somente consegui dormir as 3 da manhã e as 6 já estava de pé. Sou uma pessoa que me cobro muito e as conversas que tenho com meu psicólogo esportivo estão me ajudando a superar esta ansiedade.
O domingo é certamente o dia mais importante. São 2 treinos na manhã para a escolha do gate. Em Unadilla consegui a décima colocação o que me garantiu uma ótima posição no gate. Após um pequeno intervalo assisto a corrida da categoria light para ver como está a pista. Larguei muito bem durante a primeira bateria. Após a primeira volta eu era o sétimo colocado, porém começou a chover e algo aconteceu, pois minha moto começou a falhar, pra piorar levei uma pequena queda e tive que correr atrás do prejuízo. Ao final cheguei em 18º lugar. Durante o intervalo de uma bateria para a outra buscamos ver o que estava acontecendo e descobrimos que havia entrado água no carburador. Corrigimos o problema e fomos para a segunda bateria. Novamente fiz uma boa largada. Durante as primeiras voltas, estive muito rápido. Segurei a sexta posição enquanto pude, mas senti o cansaço. Perdi algumas posições e procurei administrar. Até os trinta minutos eu estava em décimo, quando entrei numa disputa com o Grant Langston, cometi um erro o que me custou mais 2 posições. Terminei em décimo terceiro. Subi duas posições no campeonato e agora me encontro e após a etapa estive na 17ª colocação geral. Sinceramente, não fiquei satisfeito, pois sei que poderia ter terminado em um lugar melhor.
Após uma fria análise pessoal e também conversar com diversos pilotos mais experientes, chegamos a conclusão que estou sobre carregado. Toda a carga de treinamentos, mais a busca infinita pelas soluções dos diversos problemas extra pista, está, literalmente me tirando o sono e também alguns pontos preciosos. O fato de ter descoberto isto, já é um grande passo para que eu possa reverter este quadro.
Tenho certeza que continuarei a trabalhar duro para tentar terminar entre os dez melhores. Acredito nisso e tenho buscado, junto com meus pais, meus patrocinadores, meu psicólogo e também com minha assessoria os meios para que eu me descarregue um pouco e assim possa render 100% nas pistas. Pretendo este ano ainda, resolver os problemas estruturais e para que no ano que vem, quem sabe, nós tenhamos até mais um piloto na nossa equipe para correr na categoria ligths. Este é meu sonho e estamos buscando meios (leia-se investidores) para isso.
Agradeço a compreensão e o carinho que recebo de todos os brasileiros. Continuem visitando o nosso site www.balbiteam.com.br. Obrigado à RIFFEL, FOX, Zoolo, ASW, Orbital, Pirelli, Cia Athletica, All Service Cleaning, Max Saving Mortgage/Andrey Jomakei , John Burr, Tag, One, DRD e CTi.