Jorge Balbi - Blog

Participar desta corrida deste final de semana foi uma verdadeira vitória pra mim. Essas últimas duas semanas foram super complicadas. Poucas noites de sono, muito trabalho, muita preocupação. Só para vocês terem uma idéia, assim que cheguei de volta do Brasil, a primeira notícia que eu tive foi que o meu trailer estava quebrado a mais de 500 milhas do local da prova.

Saí desesperado, ligando pra todo mundo pra dar um jeito e consegui fazer minha moto chegar na corrida na sexta-feira de manhã. Trabalhei até às 3h da madrugada para arrumar minha moto e conseguir colocá-la em boas condições para correr no sábado de manhã.

Lógico que todo esse trabalho me deixou esgotado, física e psicologicamente. É dureza ter que ser mecânico, chefe de equipe, motorista e, ainda por cima, piloto. Mas acredito em Deus, estou andando bem e sei que, mais cedo ou mais tarde, irei receber notícias boas.

E, por falar, nelas, o final de semana aqui em Midds Creek. Depois de uma má classificatória no sábado, quando tive problemas com a embreagem e me classifiquei na oitava colocação, começaram a acontecer coisas boas.

A pista era bem rápida, do jeito que eu gosto. O problema era o calor. Mais de 40º C e eu vindo desta maratona que eu contei pra vocês. Sempre tive no meu forte o preparo físico, mas desta vez foi dureza de agüentar.

Na minha primeira classificatória no domingo, consegui minha primeira vitória no AMA Motocross. Larguei em terceiro, mas no final da primeira volta já estava na liderança. Andei forte, abri na frente e venci quase de ponta a ponta. A bateria foi bem forte e estava com nomes como Timmy Ferry, Sean Hamblin e Shaun Skinner.

Classificado, fiquei ansioso para as provas. A pista estava bem difícil e a primeira bateria foi daquelas bem complicadas. Muita gente caiu, e eu mesmo quase caí no começo. Não larguei no pelotão de frente, mas com dez minutos de prova eu já estava em décimo lugar. Um pouco depois caí e fui para a 16ª colocação.

Ultrapassei um adversário e fiquei em 15º até a última volta, quando bem no final, fui forçar uma ultrapassagem e acabei caindo de novo. Terminei a bateria na raça, em uma prova que muita gente passou mal por causa do calor. No final das contas, o 18º lugar ficou de bom tamanho.

Na segunda bateria entrei para o gate muito cansado, e resolvi apostar tudo na largada. Sabia que minha única chance de fazer uma boa prova era largando bem. Mas nem eu esperava que fosse TÃO BEM. Quando, no meio da reta, eu olhei para um lado, olhei para o outro e vi que não tinha NINGUÈM comigo não acreditei. Sentei a mão e fiz o HoleShot, que foi uma das sensações mais incríveis da minha vida.

O problema é que, como eu não tinha um bom lugar no gate, entrei muito interno na curva, sem tangência e, logo no final da curva, já estava na quarta colocação. Andei várias voltas entre os cinco, mas meu corpo não estava agüentando mais. Aos 22 minutos estava completamente sem forças, acabei levando um tombo por puro cansaço e terminei na 13ª colocação. Até agora não sei como consegui terminar essa bateria. Mas, no final das contas, nada melhor do que esse hole shot e esse 15º lugar para me dar forças para continuar lutando, porque tá difícil.