quinta-feira, outubro 11, 2007

 

O Supercross de Barretos


Primeiramente gostaria de dizer que foi muito bom voltar a correr no Brasil, depois de quase um ano fora. Gosto muito daqui e fico muito feliz em rever os amigos e correr em frente ao público que sempre me apóia e apoiou. Vim ao Brasil para passar um tempo com a minha família e não iria participar do Supercross, mas quando cheguei recebi vários telefonemas e todo mundo queria saber se eu iria correr. Confesso que quando vi as primeiras fotos da pista me entusiasmei, então sentei com meus patrocinadores e decidimos participar de Barretos.

Antes de tomar a minha decisão, decidi conhecer um pouco mais sobre o campeonato. Vi a 1ª etapa e gostei muito da pista. O traçado aqui era muito técnico e chegou até a me lembrar as provas do AMA. Quando cheguei, fiquei um pouco decepcionado com a pista. Nível técnico baixo e bem diferente do que fizeram na primeira etapa.
Revi os amigos e me senti muito confortável na cidade. Foi com certeza a minha prova mais descontraída do ano. Confesso que me diverti bastante. Logo nos treinos, já consegui andar bem rápido e fazer um bom tempo, que me deu a primeira colocação. A Honda preparou uma moto perfeita pra mim. Max fez alguns ajustes e pronto.

Após os treinos, venci a minha classificatória que foi bem legal. No início da prova, disputei a ponta com o piloto Massoud Nassar, o que me fez relembrar os velhos tempos rsrsrsrsrs. Na grande final larguei bem e por muito pouco não fiz o Hole Shot (parabéns ao Rafinha Ramos), mas fiz uma corrida muito consciente, equilibrada. O duelo com o Wellington foi muito legal.

Durante mais da metade da prova, ele estava muito próximo. Procurei ficar bem calmo e focado também, pois sabia que já que a pista não ajudava “tecnicamente” em contrapartida seria muito difícil uma ultrapassagem. Eu mesmo tive vários problemas para ultrapassar os retardatários. Nas voltas finais, imprimi um ritmo bem forte e consegui abrir uma boa vantagem, recebendo a bandeira quadriculada em primeiro lugar.

Foi muito bom estar novamente no lugar mais alto do pódio e poder comemorar a vitória junto com a minha família e com todo mundo que foi me assistir correr. Diferente do que foi divulgado pela assessoria do evento, eu não irei fazer as outras etapas do Supercross porque irei operar o nariz em breve.

Vou precisar de três semanas para recuperação e daí volto a praticar exercícios. Enquanto isso, aproveitarei a minha família. Vou descansar e preparar para os desafios de 2008. No final de novembro inicio a minha pré-temporada nos EUA. Farei o Supercross americano e também o Motocross. Com certeza ano que vem quero estar mais no Brasil e estou estudando a possibilidade de fazer algumas etapas do Brasileiro de Motocross.

Obrigado a todos e gostei muito da matéria do MX Racing (http://www.mxracing.com.br/novo_mostra_noticia.php?id=1805&secao=189) ali realmente conta o que aconteceu em Barretos. Agradeço também aos meus patrocinadores Riffel e a ASW/FOX, também a Zoolo, Orbital, Pirelli, Cia Athletica, All Service Cleaning, Max Saving Mortgage/Andrey Jomakei , John Burr, Tag, One, DRD e CTi.Obrigado a todos que acessam nosso site http://www.balbiteam.com.br/, obrigado a todos que torcem e acreditam no nosso sucesso.

terça-feira, outubro 02, 2007

 

De volta ao Brasil

É muito bom voltar pra casa e rever os amigos, a família e todos aqueles que admiram nosso trabalho. Gostaria de agradecer a todas as manifestações de apoio que recebi durante o Motocross das Nações. A participação do Brasil foi histórica e gostaria de aqui contar os detalhes sob meu ponto de vista.

Foi muito bom receber os meus amigos e companheiros de equipe que foram do Brasil para os EUA. Tivemos à nossa disposição uma estrutura digna de uma grande equipe. Parabéns a Honda do Brasil por ter tido a iniciativa.

Na quarta-feira, tivemos os primeiros contatos com as motos. Fomos muito bem recebidos pela equipe e tivemos uma oportunidade de testar durante todo o dia. Eu estava com bastante vontade de andar, já que desde a ultima etapa do AMA (Glen Helen) eu não andava de moto por estar com o nariz quebrado. Andamos durante o dia inteiro e no final toda equipe estava satisfeita e parcialmente adaptada. Gostei muito da pilotagem do Leandro e do Wellington e ali passei a acreditar mais ainda no time do Brasil.

Quinta e sexta foram dias de descanso. Conversamos bastante, traçamos as estratégias para o fim de semana e estávamos bastante ansioso pela estréia no Nações.

O sábado começou bem descontraído. Tive a oportunidade de reencontrar alguns amigos europeus que conheci quando fiz uma temporada do mundial em 2005.

Finalmente entramos na pista para o primeiro treino. Confesso que estava muito nervoso, mas ao mesmo tempo me sentia realizado, pois representar o Brasil no Nações era um sonho que sempre tive. No inicio do treino tive problemas na suspensão da moto, era bem diferente da que estou acostumado a andar. Fizemos alguns ajustes, mudei algumas coisas e no fim do treino andei forte, marquei 2’13” e estava entre os 10 primeiros. Meus companheiros também treinaram bem e fomos para a classificatória que definiria os 19 times finalistas.

O primeiro a entrar na pista foi o Wellington. Ele andou muito bem e conseguiu um 15º lugar. Depois foi a vez do Leandro. O Nando andou bem, mas não conseguiu um resultado tão bom quanto o do Wellington, mesmo assim conseguiu a 17ª posição. Era chegada a minha hora. O regulamento do Nações permite um descarte. Conversei muito com o nosso Chefe de Equipe e ele me deu a certeza de que o time estava classificado independente do meu resultado. Com esse cenário, deixei de optar por uma corrida conservadora e fui atrás de um melhor lugar no gate. Larguei em sétimo. Andei bem forte e finalizei a primeira volta em sexto. Estava disputando com pilotos de nível muito forte, que andam na frente no mundial e por isso fiquei surpreso com o meu ritmo. Fui o sexto até 15 minutos de prova. Estava disputando uma posição com o Aigar Leok, da Estônia, ele acabou mudando de trilho num salto, eu estava logo atrás. Com isso, fiquei sem opção, peguei um trilho por fora, onde ninguém tinha passado, a terra estava muito fofa e a moto afundou, sofri uma queda inacreditável. A moto destruiu. Eu estava completamente zonzo e mesmo assim ainda tentei voltar. Fui até o pit stop e com a moto toda empenada, a equipe decidiu que não havia necessidade, pois “já estávamos classificados”.

Não me sentia bem, mas não quis visitar os pára-médicos do circuito, pois sabia que eles iriam me impedir de correr no dia seguinte (rsrsrs). Aos poucos me recuperei e mesmo chateado com meu tombo, começamos a concentrar para o dia seguinte. Pior que o meu tombo, foi a notícia que recebemos em seguida. O Brasil não estava classificado. Tragédia!

Um desencontro de informações causou todo o equívoco. Achamos que estávamos classificados, mas infelizmente não. O resultado do Leandro e do Wellington, não foi suficiente para a classificação como pensava nossa equipe.

Com tudo isso, foi muito difícil dormir à noite. A desclassificação acabou pesando em cima de mim. Não acreditei no que tinha acontecido. Se tivesse poupado, poderia ter classificado o time com tranqüilidade. Nessa hora foi muito importante o espírito de equipe, recebi total apoio de todos. Nosso chefe de equipe conversou comigo e me tranqüilizou. Isso me ajudou muito para o dia seguinte.

Unimos como nunca. Eu, Wellington e Leandro. Conversamos muito e decidimos não medir esforços para tentar classificar o time, na única vaga restante da repescagem. Foram 13 times em busca de uma vaga. Alinhamos no gate e dessa vez era tudo ou nada. Laguei bem, fiz a primeira curva em segundo lugar e no final da primeira volta assumi a liderança. Liderei por duas voltas e comecei a ser pressionado pelo Martin Davalos, eu não queria cometer o mesmo erro do dia anterior. Recebi placa da equipe para abrir e não pensei duas vezes. Administrei a segunda colocação, mas estava muito preocupado. Olhava pra trás constantemente à procura dos meus companheiros. Fui informado pelo box que eles estavam bem colocados. Foram longos 30 minutos de corrida. Faltando algumas voltas, cometi um erro e fui ao chão. Caí, mas consegui me recuperar a tempo. Perdi muito tempo, mas não perdi nenhuma posição. Voltei para a prova e muito cauteloso terminei em segundo, o nando em terceiro e o Welington foi o nono. O mais importante e quase impossível nós conseguimos. O Brasil ficou em primeiro lugar na classificação geral e a vaga era nossa.

Depois, cada piloto correu mais duas baterias. Foi muito desgastante. Andamos no limite da condição física. A minha primeira, eu cometi um erro na largada, vim buscando e fiz uma excelente prova. Saí de 31º para 17º. Terminei cansado, mas feliz com o resultado. Na última bateria do dia, tive apenas 25 minutos de intervalo de uma pra outra. Larguei bem cansado, mas melhor que na bateria anterior. Fiz um excelente inicio de corrida, chequei até a 11ª colocação, porém aos 18 minutos de prova eu não tinha mais nenhuma energia. Cometi um erro e caí, perdi algumas posições, estava muito cansado e terminei as últimas voltas (intermináveis) no sacrifício.

O grande esforço de cada um, valeu a pena. Conseguimos terminar o Nações em 16º lugar, conquistando assim, um resultado histórico para o Brasil. Individualmente, fui décimo colocado, na minha categoria. Fiquei feliz pelo resultado. Valeu a experiência e tudo isto mostrou que vale a pena acreditar no motocross brasileiro. Obrigado a todos que estiveram conosco nesta luta. Obrigado a todos que acreditaram no nosso potencial, principalmente a Honda (através do Sr. Yasuda e do Sr. Kalunga). Agradeço também aos meus patrocinadores Riffel e a ASW/FOX, também a Zoolo, Orbital, Pirelli, Cia Athletica, All Service Cleaning, Max Saving Mortgage/Andrey Jomakei , John Burr, Tag, One, DRD e CTi.Obrigado a todos que acessam nosso site www.balbiteam.com.br, obrigado a todos que torcem e acreditam no nosso sucesso.

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