Jorge Balbi - Blog

Olá amigos do blog,

Tudo bom com vocês?

Nesse último fim de semana aconteceu o Motocross das Nações, na Inglaterra. Lá estava eu. Essa foi a segunda vez que fui representar nosso país. A equipe brasileira era formada por mim, Welington Garcia e Leandro Silva. Mais uma vez, a Honda do Brasil nos forneceu uma excelente estrutura. Essas coisas facilitam nosso trabalho. Só temos que pensar em acelerar, pois quando chegarmos ao boxe sei que a minha moto estará em ótimas mãos.

A viagem para Inglaterra foi bem cansativa. Ao chegarmos não tivemos muito tempo para acerta o equipamento que iríamos usar. Na verdade, só tivemos um dia de treino com as motos. No meu caso, eu gostei muito da moto, mas tive dificuldade em me adptar, já que o acerto europeu é bem diferente do americano. Essa regulação muda muito, pois as pistas da Europa são travadas e com uma média de velocidade mais baixa que nos Estados Unidos.


Passados os treinos, eu já estava me sentindo um pouco mais a vontade e confiante. Eu estava com uma confiança muito grande, não apenas em mim, mas em todo nosso time. As classificatórias foram no sábado. Nós, os pilotos brasileiros, sabíamos o quanto era importante classificar. O primeiro a entrar na pista foi Leandro, que acabou com a 16ª colocação. Em seguida foi a vez de Weligton, que acabou tendo problemas e terminou somente na 26ª colocação. Nessa hora bateu um nervosismo. Tava tudo dependendo de mim. Era o Brasil todo torcendo para um bom resultado meu. Larguei muito disposto a não decepcionar vocês.

Apesar desse nervosismo, eu estava muito confiante, já que nos treinos da tarde, fiz o oitavo melhor tempo. Se eu terminasse entre os dez nos classificaria sem maiores problemas. Vou parar de conversa e falar como foi.

Caiu o gate e pra variar não larguei muito bem. Vim no bolo buscando posições e em uma dessas ultrapassagens acabei saindo um pouco da pista, porém, o que eu não esperava é que nessa escapada minha roda traseira se enrolasse em uma cerca plástica da pista. Na curva seguinte quando precisei freiar a moto não tinha nenhum freio e acabei perdendo várias posições. Nessa hora bateu aquele desespero. Eu pensei no pior, já que a classificação estava indo por água a baixo. Mesmo assim, voltei a prova e não me acertava, pois ainda estava sem freio. Aos poucos o plástico foi derretendo e o freio acabou melhorando. Não demorou muito e aumentei meu ritmo. Comecei uma bateria incrível. Fiz várias ultrapassagens e dei o meu melhor na última volta. Acabou que passei 2 pilotos, terminando assim em 13º colocado. Nada mal pra quem acabou saindo de 30, sem freio. Acabou que empatamos com o Japão e no critério de desempate ficamos de fora.

Fiquei muito triste, mas eu sabia que tinha dado o meu melhor e que fiz uma excelente corrida. Fomos todos muito tristes para o hotel sabendo que como no ano anterior teríamos que ter raça e que nada pra gente é sem esforço.

Já no dia seguinte alinhamos os três pilotos para a Grande Final B, o que seria nossa última chance. Parece que as coisas mudaram, pois larguei muito bem e divide a primeira. Eu estava em primeiro e logo atrás vinha o Leandro. Fiquei tranqüilo e fui me embora. No inicio da prova tive problema com os meus óculos e acabei cometendo um erro. Tive que tira-los e voltei na oitava posição. Mesmo assim coloquei um ritmo muito forte. Nas últimas voltas cheguei no pelotão da frente fazendo várias ultrapassagens e junto com Leandro e Welington garantimos a classificação para a esperada final

Após correr a bateria classificatória de 35 minutos faltava ainda mais duas baterias. Sabíamos que não seria nada fácil conseguir energia para isso. Procurei me concentrar bastante para a minha primeira final, pois sabia que ali teria chance de buscar um bom resultado. Foi o que fiz larguei muito por fora, já que o Brasil foi o último país a se classificar. E mais uma vez comecei uma prova de recuperação. Na metade da corrida, eu já era o 15º colocado. Daí pra frente, a briga não foi nada fácil. Disputei posição com pilotos que andam na frente no campeonato mundial. Mesmo assim, no fim da prova consegui fazer mais algumas ultrapassagens e terminei em 12º, atrás de Brett Metcalfe, que tinha a sua frente outro conhecido piloto, o americano Tim Ferry.

Fiquei muito feliz com o resultado dessa bateria. Não apenar por ter contribuído para o resultado do time brasileiro, mas também por ter sido um excelente resultado individual. Eu tava feliz, mas lembrei que ainda faltava mais uma prova. Fui para os boxes e tive somente tempo de me hidratar. Lá estava eu no gate. Agora, para a última prova do dia.


Novamente não larguei muito bem e vim me recuperando, porém, ao chegar na metade da prova já estava sem energia. Daí em diante, fui na raça e na vontade. Cheguei a ocupar a 17ª colocação, mas o número de corridas que fiz me desgastou muito e acabei perdendo o gás. Fui me arrastando como pude e cruzei a linha de chegada na 19ª posição, contribuindo muito para colocar o Brasil na honrada 14ª colocação, ou seja, entre os melhores do mundo.

Não foi nada fácil. Mesmo assim, no fim do dia tínhamos vários motivos para comemorar, já que melhoramos o resultado do ano anterior e terminamos as baterias são e salvos. Eu em especial fiquei muito feliz com o meu resultado individual, já que a 8ª colocação foi um resultado muito marcante.

Não posso deixar de terminar agradecendo a Deus por mais uma conquista e após tantas baterias voltar inteiro para casa. Quero também parabenizar o Leandro, que andou muito e conseguiu um excelente resultado. Ah, e não posso deixar também de parabenizar o Weligton, que mesmo voltando de lesão não desistiu e contribuiu muito pelo nosso resultado. E continuando os agradecimentos quero parabenizar e agradecer muito a Honda por dar a oportunidade do Brasil participar do Nações e também a mim.

Muito obrigado a ASW/FOX, Honda, L´acqua Di Fiori, MRPro, Booster, Zoolo, LEM Motors e Água Mineral Ingá por acreditarem em mim.

Fotos: Idário Café - Vipcomm